Sophia, a primeira cidadã-robô

Sophia não se parece em nada com sua inspiração, a atriz Audrey Hepburn. Mas já tem importância histórica, por ser o primeiro robô do mundo com direito a cidadania. Sophia foi concebida pela empresa Hanson Robotics, de Hong Kong, e recebeu cidadania plena na Arábia Saudita. Ela faz parte de uma série de iniciativas sauditas relacionadas à criação de uma mega cidade futurista de 500 bilhões de dólares.

Sophia foi criticada por ser um andróide com mais direitos que as mulheres sauditas de carne e osso. Ela pode viajar sem acompanhante masculino, se apresentou sem um lenço cobrindo os cabelos, ganhou um passaporte sem restrições. 

As críticas feministas têm sua razão de ser, claro. Mas a criação de Sophia deve ser vista de um ponto de vista histórico. A Arábia Saudita é um dos países mais conservadores do mundo árabe, mas está tentando caminhar para frente. O príncipe herdeiro da casa Saud já declarou que pretende tirar o país da dependência do petróleo e se tornar um exemplo de vanguarda tecnológica na área de energia sustentável. A autorização para que mulheres possam dirigir, embora tardia, é um ótimo sinal dessa abertura. A robô Sophia pode ser um símbolo desse futuro próximo, liberto das trevas do passado.

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